A pandemia de coronavírus impactou diversas áreas do cotidiano – e a educação foi uma delas. Durante o período, milhões de crianças e adolescentes permaneceram em casa, sem poder ir à escola. De acordo com o Censo Escolar 2021, pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 46,7 milhões de jovens se matricularam no ensino básico neste ano.
Foi necessário permanecer em quarentena nos momentos mais graves da pandemia. Muitas crianças continuaram os estudos no ambiente virtual, e algumas nem tiveram aula neste período.
Essa falta de contato com colegas e com professores, pela ausência ou diminuição de lições, além do estresse gerado pela situação, impactaram diretamente na questão da aprendizagem. Segundo estudo publicado na revista Nature Human Behavior, os jovens perderam cerca de um terço do ano letivo com essa alteração.
A escassez de aulas, a falta de socialização e a desesperança gerada na pandemia são fatores que afetaram muito as crianças, principalmente as mais novas. A perda da interação é um agravante para o desenvolvimento socioemocional e, consequentemente, o cognitivo – visto que ambos estão interligados.
– No início da pandemia, falava-se muito a respeito de como esse período impactaria nas questões de aprendizagem. Em estudos mais recentes, notou-se que, de fato, afetou bastante aspectos cognitivos e emocionais de alunos e professores – comenta o responsável pela área de produtos e projetos estratégicos da Mind Lab, Thiago Zola.
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Programa MenteInovadora
Com o intuito de mudar a realidade socioeconômica e educacional do Brasil, a Mind Lab desenvolveu o Programa MenteInovadora. O Programa busca reduzir desigualdades educacionais por meio de um processo de recomposição de aprendizagens. O projeto utiliza de uma metodologia específica que atua na jornada educacional, cognitiva e socioemocional, sobretudo da rede pública de ensino.
Até o momento, a proposta já auxiliou mais de 5,6 milhões de pessoas. Atualmente, o projeto impacta a vida de 500 mil alunos e mais de 40 mil professores. Além disso, desde 2011, a Mind Lab alcançou, apenas no Rio Grande do Sul, 16 municípios – Aratiba, Canoas, Caxias do Sul, Estância Velha, Igrejinha, Parobé, Pelotas, Portão, Porto Alegre, Santana do Livramento, Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo, Sapucaia, Tramandaí, Viamão e Xangri-lá, impactando 119.560 estudantes e 358.680 familiares.
– A Mind Lab oferece aos parceiros a inclusão de uma metodologia de ensino que preconiza o desenvolvimento das habilidades socioemocionais como a força motriz para impulsionar a recomposição das aprendizagens. Para isso, uma disciplina focada neste segmento é inserida no currículo das escolas, com atividades concretas utilizando diversos recursos pedagógicos, visando auxiliar na aprendizagem de língua portuguesa e matemática – explica Zola.
Para isso, usa-se um tripé composto por métodos metacognitivos, o professor como mediador e jogos de raciocínio. Os conteúdos estão alinhados com a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que se agregam à prática pedagógica e auxiliam na aprendizagem integral dos alunos de forma colaborativa.
Os métodos metacognitivos são ferramentas que ajudam na organização do pensamento para elencar prioridades, visualizar diferentes alternativas para a resolução de problemas e gerenciar recursos.
Os professores são responsáveis por criar condições para que esse exercício seja possível. Para isso, passam por formações constantes e recebem manuais para estruturar cada lição. No Rio Grande do Sul, 3.760 profissionais já foram capacitados com a metodologia Mind Lab.
Os jogos de raciocínio, por sua vez, funcionam como recursos pedagógicos que simulam situações do cotidiano. Essas atividades, que também incluem brincadeiras, dinâmicas, leituras, debates, seminários e outras ferramentas de ensino, promovem o desenvolvimento de funções socioemocionais e cognitivas dos alunos, que os ajudam a construir seu autoconhecimento e autocontrole.
– O mundo está em constante transformação, com os avanços tecnológicos. Se mantivermos um padrão de ensino tradicional, com apenas um livro, um quadro e o giz, não vamos ter retenção dos alunos e nem engajamento. Por isso, ao implementar um método que utiliza como recurso pedagógico não somente livros e atividades, mas jogos de raciocínio e outros recursos pedagógicos, estamos ativando uma série de outras potencialidades no indivíduo – aponta o responsável.
Legenda: Infográfico indica habilidades melhor desenvolvidas ou a desenvolver pelos estudantes impactados pelo Programa MenteInovadora em 2022.
Nas últimas décadas, o campo educacional viu um aumento no uso de recursos pedagógicos baseados em games, para promover comportamentos e aprendizados desejados, conhecidos como gamificação. A Mind Lab trabalha com cerca de 50 jogos de raciocínio para o contexto brasileiro.
Com esses games e os métodos cognitivos, os professores buscam estimular seis habilidades. São elas: autocontrole, trabalho em equipe, tomada de decisão, resolução de problemas, gerenciamento de recursos e autoconhecimento. Isso tudo é combinado com um currículo estruturado a cada semestre para desenvolver habilidades específicas nos alunos, de acordo com sua faixa etária e suas necessidades.
– Quando essas habilidades socioemocionais são trabalhadas em conjunto com o currículo completo, a gente potencializa muito mais a autonomia, resiliência, autogestão, capacidade crítica e a possibilidade deste indivíduo trabalhar em equipe. Consequentemente, há um aumento na autoestima dessa pessoa e uma melhora na aprendizagem, já que ela passa a ser mais ativa na construção e no entendimento da própria realidade – explica Zola.
Frutos da mudança
Legenda: Alunos de Portão vencem campeonato nacional de jogos de raciocínio / Créditos: Divulgação/Mind Lab
Em 2019, os alunos da Escola Municipal Visconde de Mauá, de Portão (RS), ganharam o campeonato nacional de jogos de raciocínio lógico. A competição foi disputada entre estudantes de todas as escolas que contavam com a metodologia MenteInovadora. Depois, participaram do torneio mundial The Mind Olympics, realizado pela Mind Lab, na Hungria, no qual saíram vice-campeões.
– O grande propósito da educação hoje é a emancipação do indivíduo. Por isso, ver nossos alunos alcançando essas conquistas, por meio da Metodologia Mind Lab, é gratificante. O objetivo é continuar trabalhando para expandir o programa e atingir mais estudantes no país, ajudando na formação e no desenvolvimento de pessoas mais felizes, bem-sucedidas e que vivem em harmonia – finaliza Zola.
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